A neuropatia do mediano, popularmente conhecida como síndrome do túnel do carpo, é definida como a compressão do nervo mediano na região do túnel do carpo. O túnel é delimitado pelos ossos do punho (assoalho) e pelo ligamento transverso do carpo (teto), sendo portanto, um espaço de pouca elasticidade.
Sendo assim, um eventual processo patológico dentro desse compartimento e que ocupe parcialmente a área local, pode determinar a compressão das estruturas adjacentes, entre elas o nervo mediano.
A doença acomete com maior frequência o sexo feminino, sendo que em mais de 50% dos casos se apresenta bilateralmente e pode estar relacionada a outras doenças como tireoidopatias e doenças reumatológicas.
Os principais sintomas relacionados a neuropatia incluem parestesia (formigamento) do polegar, segundo e terceiro dedos, principalmente no período noturno, perda de forca de pinça e preensão palmar (dificuldade em desrosquear tampa de garrafa e segurar sacolas na mão), com perda da musculatura da região tenar da mão nos casos mais avançados.
O tratamento conservador inclui repouso relativo do punho, reabilitação fisioterápica e ocupacional, medicamentos anti-inflamatórios, associados ou não a complexos vitamínicos, e infiltração de corticoesteroides diretamente no túnel carpiano.
O tratamento cirúrgico e indicado na falha do tratamento conservador ou em casos de franco deficit neurológico. Consiste basicamente na descompressão do nervo mediano através da abertura do ligamento transverso, podendo ser realizado de forma aberta ou endoscópica, sendo esse ultimo de nossa preferência devido ao menor tempo cirúrgico, mais breve retorno as atividades anteriores a cirurgia, a menor agressão aos tecidos adjacentes a região abordada (cirurgia minimamente invasiva) além de menores taxas de complicações em relação a cirurgia aberta.
(DR. EDUARDO GASPAROTTI / especialista em Mão e Punho do Instituto Osmar de Oliveira)
